terça-feira, 27 de maio de 2008

Os Jovens e a Política

Há alguns dias atrás o Sr. Presidente da República, exprimia a sua preocupação pelo alheamento dos jovens, em relação á política.

Para tanto socorreu-se de um estudo encomendado á Universidade Católica, segundo o qual os jovens questionados sobre temas relacionados com a política nacional, revelaram um enorme desconhecimento da mesma e do seu passado recente.

É sobre este assunto que pretendo exprimir algumas ideias...

Em primeiro lugar devo dizer que sou um jovem com 30 anos, também alheio ao que se chama política nacional, isto porque as formas de a fazer são pouco atractivas, quer moral, quer intectualmente. De facto, cansa assistir a um cortejo de pessoas cujas competências, sócio - profissionais são relativamente desconhecidas, arvorarem-se paladinos de um povo que desconhecem.

Em segundo lugar, a acção política devia e deve ser um palco nobre de discussão de ideias e nao uma arena enlameada onde é mais importante a mais negra das emoções. No entanto, mesmo na política nacional começa a ser moda a demagogia e o populismo que apela, menos à inteligência de cada um e mais ao seu coração.

Em terceiro lugar, o desconhecimento dos jovens ao passado recente da política nacional reside, como sempre residiu, no problema nacional de un ensino envergonhado. Afinal, é na nossa escola que se tem vergonha de ensinar, discutir e difundir os factos sobre o 25 de Abril e os momentos históricos posteriores, com medo de ser confundida com a esquerda mais renitente.

Isto num país, onde ainda existem rádios onde, para se tocar uma musica como o "Grândola Vila Morena" de Zeca Afonso, é necessário pedir autorização á direcção e explicar o porquê dessa escolha musical.

E onde ainda abundam as referências passadistas e saudosistas de um mundo ideal que nunca existiu, o do "orgulhosamente sós".