quarta-feira, 18 de março de 2009

Divagando sobre Rousseau 2

De facto, Rousseau coloca o seu pensamento na linha dos retóricos, que de argumento em argumento, procuram legitimar todas as linhas de conduta existentes.
Vejamos porquê.
Ao não declarar a sua adesão a qualquer modo de governar, Rousseau não só evita o dilema de ter de explicar porque motivo podemos encontrar tão duras críticas a cada modelo, como também foge do incómodo de ter de explicar, porque existem tantas divergências no governo em cada pais, ou região.
Por outro lado, Rousseau afirma lançar-se num projecto de legitimação da submissão de cada ser individual á lógica de governação de cada Estado.
A forma de legitimar a perda de liberdade individual reside em Rousseau, nessa ficção do Contrato Social.
Grosso modo este filósofo afirma que ao Homem Selvagem (intrinsecamente livre e só sujeito á lei da força) coube a decisão de se submeter ao desígnio do bem comum, entregando a sua liberdade, para assim se conservar livre (apenas sujeito á força da lei)
Assim, ficaria desde logo explicado porque motivo os Homens Selvagens de cada época (assassinos, ladrões, ditadores, etc. … em suma, os predadores do Homem ), acabariam quase sempre punidos pelo povo que a eles estavam sujeitos.
É claro que Rousseau não explica:
a) O domínio e fascínio que cada Homem Selvagem exerce sobre o seu semelhante; nem
b) A capacidade que o Homem Livre tem para suportar a conduta violadora da Lei e do Contrato Social, que cada um dos Selvagens demonstra; nem ainda
c) Nem quem ou o quê levou á existência desse contrato ficcionado.
É claro que toda esta nossa opinião, não nos impede de poder afirmar Jean - Jacques Rousseau, como pai do pensamento político moderno, da teoria do jusnaturalismo contratual e da teoria do primado da Lei no estabelecimento de regras da conduta social e humana.
Ficamos agora por aqui!
Por falta de inspiração e falta de paciência…
Mas prometo em breve volto…

quarta-feira, 11 de março de 2009

Divangando sobre Rosseau

Rousseau, nascido em Genéve é considerado, antes de mais, um génio na história do pensamento político.
Não revelando nunca se pendia para uma solução democrática ou para uma solução autoritária de governação, Jean-Jacques Rousseau, acaba por teorizar sobre duas importantes notas destes tipos de governo.
Em primeiro lugar, lança-se no projecto de legitimar o Estado em si, ou seja, a congregação da sociedade humana, para além do estado natural de cada indivíduo, partindo da ideia de que cada um nasce livre, apenas se sujeitando ao domínio do próximo ou do estado, apenas como modo de manter a sua liberdade.
Em segundo lugar, estabelece uma dinâmica de princípios que se impõe a uma dada sociedade, num dado tempo e num dado espaço, a que chama Religião Civil ou Ética do Estado.
Ou seja, Rousseau permanece um pensador da democracia, quando afirma que cada Homem nasce livre, apenas dependente da sua força e sorte, mas ao se congregar com outros Homens, sente a necessidade de prescindir de parte do seu interesse, para prosseguir em comunidade com os demais. A isto chamou o pacto / contrato social, pelo qual cada um de nós prescinde de parte da sua liberdade inata, para assim permanecer livre pela Lei. Notas deste mesmo pacto são o factos de Rousseau considerar que:
a) ao Povo cabe a exclusiva soberania,
b) que o Povo não contem em si mesmos súbditos, antes senhores
c) que os poderosos, apenas o são para servir os interesses do Povo.
Já no estabelecer dessa ética do estado Rousseau aproxima-se do pensamento autocrático, por estabelecer uma supremacia dos interesses desse mesmo Estado, em relação ao interesse do Povo que o compõe. Afirmando que pode mesmo essa Ética de estado estar em total contradição em relação ao interesse particular do Povo.
Do nosso ponto de vista, Rousseau, não passa de um sofista…
Brilhante, genial, inovador em certos pensamentos, mas nada mais que um sofista…
(continua)