Regressado de férias sento-me e escrevo umas linhas do meu pensamento. Ou melhor, deixo os meus dedos martelar furiosamente o meu teclado, transformando bits e bytes em forma de letra.
Não penso o que escrevo, apenas deixo as letras ganhar forma no ecrã do computador.
Queriam escrever um elogio fúnebre a um filho ilustre da terra mas esbarram no real desconhecimento do Homem em causa…
Queriam elogiar um livro de poesia recentemente adquirido, mas faltava-lhes o sentimento do poeta…
Queriam opinar sobre politica neste período pré – eleitoral, mas nada os movia a isso…
Queriam finalmente deixar um artigo sobre os erros de construção e técnica do nosso concelho, mas lembraram-se que á já quem o faça, de uma forma nobiliárquica e escorreita.
Sobre o que escrever? – perguntaram os dedos.
Sobre nada! – disse a cabeça.
Então porque escrever? – indagam os dedos.
Apenas pelo prazer de o fazer e porque podemos! – diz a cabeça
Então divagam os dedos e ganha corpo um pensamento sobre o nada que é escrever…
Esse esvaziar do copo, que se torno o meu corpo, apenas para no absurdo recair…
E agora sobre o que escrevemos? – perguntam dedos e cabeça…
Respondo depressa: Apenas uma palavra: FIM