«A virtude é uma disposição habitual e firme para fazer o bem, sendo o fim de uma vida virtuosa tornar-se semelhante a Deus» - São Gregório de Nissa (Cesareia [330]; Capadócia [395]).
Tenho vindo a perceber que alguns indivíduos, alcandorando-se de um putativo poder sobre os seus congéneres, se permitem pressioná-los, oprimi-los, humilhá-los, sempre com a mais injusta e inquietante sensação de impunidade. E sempre pensado que assim demonstram ser mais do que realmente são.
Agem, ufanando-se de uma omnisciência, uma omnipresença e de uma omnipotência que não possuem, perante os mesquinhos e humildes. Mas são incapazes de olhar nos olhos quem os enfrenta, quem os confronta, quem se não encolhe na sua presença.
Agem, misturando a sua vida pessoal e profissional, sobrecarregando os demais com as suas frustrações. Negam aos outros a possibilidade de obter uma vida melhor. Não conseguem distinguir o trigo do joio, ou se o distinguem, preferem este àquele, por ser mais controlável.
Na verdade, tais «poderosos» mais não são que a negação do Homem – esse ser que devido á sua coluna dorsal se permite andar sobre dois pés e em posição vertical.
Esquecendo-se de que a virtude só existe quando se pratica o bem, tendem a queimar etapas e julgam-se deuses sem, no entanto ser virtuosos.
Ao autor tais simulacros de humanidade começaram por irar. Hoje, apenas dão pena, pela falta de carácter, verticalidade coragem e frontalidade.
São apenas seres menores, achando-se deuses e nada mais.
Vale a pena pensar nisto.